terça-feira, 24 de julho de 2012

Amelia Mary Earhart


 
Amelia Mary Earhart, filha de Samuel “Edwin” Stanton Earhart (1868-1930) e Amelia Otis Earhart (1869-1962),,[8] nasceu em Atchison, Kansas, na casa de seu avô materno, Alfred Otis, um ex-juiz federal, presidente do Atchison Savings Bank e considerado um ilustre cidadão de Atchison. Alfred Otis não aprovou o casamento e nem achou satisfatória a atuação de Edwin como advogado. Amelia recebeu o nome de acordo com os costumes da família, como o de suas duas avós (Amelia Josephine Harres e Mary Wells Patton).[9] Desde a infância, Amelia, apelidada de “Meeley” (às vezes “Milie”) era a chefe enquanto sua irmã, dois anos mais nova que ela, Grace Muriel Earhart (1899-1998), apelidada de "Pidge", atuava como uma seguidora obediente.[10] Ambas as meninas atendiam pelos seus apelidos de infância quando adultas.[9] A sua educação foi pouco convencional, pois Amy Earhart não acreditava em maneiras de moldar crianças em ”crianças adoráveis”.[11] Entretanto, sua avó materna desaprovava o uso de “Bloomers” (traje feminino: calça pelas canelas, saia por cima da calça, ambas folgadas, dando uma aparência de descuido ao se vestir) utilizados pelas filhas de Amy e, apesar de Amelia gostar da liberdade que estas proporcionavam, ela estava consciente de que as crianças da vizinhança não usavam esses trajes. Primeiras influências Um espírito de aventura[12] parecia ser parte das crianças da família Earhart que passavam os dias explorando a vizinhança procurando por coisas interessantes e excitantes. Quando criança, Amelia passava horas brincando com Pidge, escalando árvores, caçando ratos com seu rifle e descendo encostas com seu trenó. Mesmo que seus interesses pelas brincadeiras fortes e duras fossem comuns à idade, alguns biógrafos diziam que a jovem Amelia apresentava tendências masculinas.[13] As meninas tinham "minhocas, borboletas, gafanhotos e uma rã arborícola"[14] em uma coleção que ficava cada vez maior, recolhida em suas excursões. Em 1904 com a ajuda do tio, Earhart construiu com materiais caseiros uma rampa que simulava uma montanha-russa, que ela já tinha visto em St. Louis, que descia do telhado da cabana de ferramentas. O primeiro voo documentado de Amelia acabou dramaticamente. Ela saiu de dentro da caixa de madeira quebrada que serviu de trenó, bem animada, com um lábio sangrando e o vestido rasgado dizendo: “Oh, Pidge, é como se eu estivesse voando!”.[15] Embora havendo alguns percalços no caminho da sua carreira até aqui, em 1907 Edwin Earhart que trabalhava como encarregado na ferrovia de Rock Island, foi transferido para Des Moines, Iowa. No ano seguinte, aos 11 anos de idade, Amelia viu pela primeira vez algo parecido com um avião na Feira Estadual de Iowa em Des Moines. Seu pai incentivou a ela e sua irmã a voarem nele, porém uma olhada na velha sucata foi suficiente para Amelia perguntar se elas não poderiam voltar para o carrossel.[16] Mais tarde ela descreveu o biplano como "uma coisa de fios oxidados e madeira, sem nenhum atrativo".[17] Educação Enquanto os seus pais se mudavam para uma pequena casa em Des Moines, Amelia e Muriel (ela nunca utilizou o nome Grace) ficaram com os seus avós em Atchison. Durante esse período, Amelia e a sua irmã foram educadas em casa pela sua mãe e uma governanta. Mais tarde ela conta que foi “uma leitora voraz”[18] e gastou incontáveis horas na gigantesca biblioteca da família. Em 1909, quando finalmente a família se reuniu em Des Moines, as crianças Earhart entraram pela primeira vez numa escola pública, tendo Amelia entrado na sétima série aos 12 anos. Situação financeira da família As finanças da família foram melhorando com a aquisição de uma nova casa e contratação de dois empregados, porém, logo tornou-se aparente que Edwin era alcoólatra. Cinco anos mais tarde (em 1914), foi forçado a se aposentar e apesar de tentar se reabilitar através de tratamentos, ele nunca conseguiu ser reincorporado ao seu trabalho na estrada de ferro de Rock Island. Nessa época, a avó materna de Amelia, Otis morreu repentinamente, deixando toda a sua fortuna para sua filha mas sob custódia, temendo que Edwin "bebesse" todo o dinheiro. A casa dos Otis e todo o seu conteúdo foi vendida; Amelia ficou muito triste e mais tarde descreveu que nesse momento terminava a sua infância.[19] Em 1915, após uma longa procura, o pai de Amelia se empregou como administrativo na estrada de ferro Great Northern em St.Paul, Minnesota. Amelia passou a freqüentar a Central High School. Edwin foi transferido para Springfield, Missouri, em 1915, mas o encarregado atual reconsiderou sua aposentadoria e retomou seu emprego, deixando o velho Earhart sem saber para onde ir. Em face dessa mudança, Amy Earhart levou suas filhas para Chicago onde elas passaram a morar com amigos. Amelia colocou uma condição incomum na escolha da próxima educação dela; ela examinou as escolas secundárias próximas em Chicago para achar o melhor programa de ciências. Ela rejeitou a escola secundária mais próxima da casa dela pois reclamou que o laboratório de química era "igual a uma pia de cozinha".[20] Amelia ingressou no Hyde Park High School porém passou um semestre sofrível, onde a legenda no seu anuário daquele ano capturou seu íntimo naquele tempo, "A.E. – a garota de marrom que anda sozinha".[21] Amelia se formou no Hyde Park High School em 1916. Durante toda a sua infância conturbada, Amelia continuou aspirando à sua futura carreira; manteve um álbum de recortes de jornal sobre mulheres de sucesso em carreiras predominantemente masculinas, como: direção e produção de filmes, advocacia, publicidade, gerência e engenharia mecânica.[22] Começou a faculdade na Ogontz School em Rydal, Pennsylvania mas não terminou.[23] Durante as férias de Natal em 1917, visitou sua irmã em Toronto, Ontário. Amelia revoltava-se ao ver o retorno dos soldados feridos na Primeira Guerra Mundial e após receber treinamento como enfermeira na Cruz Vermelha, começou a trabalhar no Destacamento de Ajuda Voluntária no "Spadina Military Hospital" em Toronto, Ontário. Suas atribuições consistiam em preparar as refeições dos pacientes com dieta especial e retirar as medicações prescritas da farmácia do hospital. Pandemia de gripe espanhola em 1918 Quando a pandemia de Gripe Espanhola chegou a Toronto, Earhart estava ocupada com a dura tarefa de enfermeira, incluindo turnos noturnos no "Spadina Military Hospital".Contraiu gripe, pneumonia e sinusite.Teve complicações e foi hospitalizada no início de Novembro de 1918 com pneumonia, tendo alta em Dezembro de 1918, permaneceu doente por aproximadamente dois meses.[24] Os sintomas da sua sinusite eram dor e pressão em torno dos olhos e secreção no nariz e garganta.[26] No hospital, na era pré-antibióticos Amelia foi sujeita a várias pequenas cirurgias dolorosas, para limpeza do seio maxilar afectado,[24][25][26] porém os procedimentos não tiveram sucesso e Earhart passou a sofrer ataques de dores de cabeça cada vez piores. Sua convalescência durou quase um ano que passou descansando na casa de sua irmã em Northampton, Massachusetts.[25] Ela passava o tempo lendo poesia, tocando banjo e estudando mecânica. Posteriormente, a sinusite crônica afetaria significativamente os voos e atividades na vida de Earhart.[26] Em algumas ocasiões no campo de pouso, ela utilizava uma bandagem ao redor da boca que segurava um pequeno tubo de drenagem. Primeiras experiências de voo Aproximadamente por essa época, Earhart visitou, com uma jovem amiga, uma feira aérea que acontecia conjuntamente com a Exposição Nacional do Canadá em Toronto. Um dos destaques do dia foi a exibição aérea de um "ás" da Primeira Guerra Mundial.[28] O piloto avistou do ar Earhart e a amiga, que estavam observando de uma clareira isolada abaixo dele, e mergulhou na direção delas. "Estou certa que ele disse para si mesmo, "Vejam como as faço correr" ela disse mais tarde. Earhart sentiu-se varrida por uma mistura de excitação e medo. Quando a aeronave se aproximou, algo dentro dela despertou. "Eu não entendia até aquele momento, mas acredito que aquele pequeno avião vermelho me disse algo quando se aproximou", diria Amelia mais tarde.[29] Em 1919 Earhart preparou-se para entrar no Smith College mas mudou de idéia e foi para a Columbia University inscrevendo-se num curso de medicina entre outras matérias.[30] Desistiu um ano depois reunindo-se posteriormente com sua família na Califórnia.
Em Long Beach, em 28 de Dezembro de 1920, ela e seu pai visitaram um campo de pouso onde Frank Hawks (que mais tarde tornou-se um famoso piloto) proporcionou-lhe uma viagem que mudaria a vida de Amelia para sempre. "No momento em que estava a duzentos ou trezentos pés acima do chão, eu descobri que precisava voar".[31] Após o voo de dez minutos, ela imediatamente procurou aprender a voar. Trabalhando em vários empregos, como fotógrafa, motorista de caminhão e estenógrafa na companhia telefônica da cidade, conseguiu juntar $1,000 para as lições de voo. Earhart começou seu aprendizado em 3 de janeiro de 1921, em Kinner Field próximo a Long Beach, mas para chegar até à base aérea, Amelia pegava um ônibus até o ponto final e ainda andava cerca de 6,5 km.[32] Sua professora foi Anita "Neta" Snook, uma das mulheres pioneiras da aviação e que usava um pesado Curtiss JN-4 canadense para treinamento. Amelia aproximou-se de Neta com seu pai e lhe perguntou, "Quero voar, você me ensina?".[33] A dedicação de Amelia ao voo lhe exigiu que aceitasse o trabalho freqüentemente duro e as condições rudimentares que acompanharam o começo do treinamento de aviação. Ela escolheu uma jaqueta de couro mas sabendo que os outros aviadores iriam julgá-la, dormiu na jaqueta durante três noites para dar ao objeto um aspecto mais "usado". Para completar a transformação de sua imagem, ela também cortou o seu cabelo no estilo de outras aviadoras.[34] Seis meses depois, Amelia comprou "O Canário", um biplano Kinner amarelo brilhante de segunda-mão. Em 22 de outubro de 1922, Earhart voou a uma altitude de 14000 pés, batendo um recorde mundial para aviadoras. Em 15 de maio de 1923, Earhart torna-se a 16.ª mulher a conseguir uma licença de voo da Fédération Aéronautique Internationale (FAI). De acordo com o Boston Globe, ela foi "uma das melhores aviadoras dos Estados Unidos", apesar dessa posição ser questionada por vários pilotos e expertos em aviação durante essas décadas.[36][37][38] Amelia era competente e inteligente[39] mas não uma brilhante aviadora, e suas atitudes eram considerados inadequadas por alguns deles.[40] Um erro de cálculo severo ocorreu durante a quebra do recorde. Amelia girou por um banco de nuvens e somente conseguiu arremeter próximo dos 3.000 pés. Pilotos experientes alertaram, "E se as nuvens estivessem espessas até tocar o solo?"[41] Amelia sabia de suas limitações como piloto e procurou a ajuda de vários instrutores durante a sua carreira.[42] Em 1927, "Sem nenhum acidente sério, ela acumulou quase 500 horas de voo solo - uma marca considerável."[43] Durante esse período, a herança de sua avó, que agora era administrada por sua mãe, foi aos poucos diminuindo, extingüindo-se por ocasião de um investimento desastroso numa mina de gipsita. Conseqüentemente, sem nenhuma possibilidade de conseguir recuperar seu investimento na aviação, Earhart vendeu o "Canário" e comprou um automóvel "Speedster" para dois passageiros que ela batizou de "Yellow Peril" (Perigo Amarelo). Simultaneamente, seu problema de sinusite retornou dolorosamente e no início de 1924, ela foi hospitalizada para outra cirurgia, que novamente não deu certo. Após ter se arriscado em algumas aventuras, incluindo uma campanha fotográfica, Amelia buscou outro direcionamento. Após o divórcio de seus pais em 1924, viajou com sua mãe através do continente americano, partindo da Califórnia até Calgary, Alberta. Durante essa excursão, Amelia se submeteu a outra cirurgia em Boston, Massachusetts que foi mais bem sucedida. Após sua recuperação, retornou aos estudos na Columbia University mas foi forçada a abandonar seus estudos e quaisquer planos futuros para ingressar no MIT pois sua mãe não detinha os recursos suficientes para suprir suas despesas. Logo após, conseguiu emprego como professora e depois como assistente social em 1925 no "Denison House", morando em Medford. Earhart manteve seu interesse na aviação, tornou-se membro da "American Aeronautical Society de Boston, sendo eleita vice-presidente posteriormente. Investiu uma pequena soma no aeroporto Dennison, atuando depois como representante de vendas dos aeroplanos Kinner em Boston.[44] Escreveu para o jornal local promovendo a aviação, e iniciando o projeto de uma organização para pilotos femininos.[45] Após o voo solo de Charles Lindbergh através do Atlântico em 1927, Amy Phipps Guest, uma socialite americana (1873-1959), expressou interesse em se tornar a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico. Porém, ao perceber que a viagem seria muito perigosa, ela se ofereceu para patrocinar o projeto, buscando "uma outra garota com a mesma fibra". Durante uma tarde de trabalho em abril de 1928, Earhart recebeu um telefonema do publicitário Hilton H. Railey, que perguntou, "Você gostaria de voar sobre o Atlântico?" Os coordenadores do projeto (inclusive o escritor e publicitário George P. Putnam) entrevistaram Amelia e informaram-na que ela teria a companhia do piloto Wilmer Stultz e do co-piloto/mecânico Louis Gordon no voo, tornando-a uma mera passageira, mas mantendo o registro de voo. A equipe partiu de Trepassey Harbor, Terra Nova, em um Fokker F.VIIb/3m em 17 de junho de 1928, aterrissando em Burry Port (próximo de Llanelli), País de Gales, Reino Unido, exatamente 20 horas e 40 minutos depois.[46] Como a maior parte do voo foi por instrumentos e Amelia não tinha treinamento para esse tipo de voo, ela não pilotou a aeronave. Na entrevista após a aterrissagem, ela disse, "Stultz fez tudo o que foi necessário. Eu fui somente bagagem, como um saco de batatas." E acrescentou, ".talvez um dia eu tente fazê-lo sozinha."[47] Enquanto estava na Inglaterra, Earhart voou no Avro Avian 594 Avian III, SN: R3/AV/101 pertencente a Lady Mary Heath. Ela comprou o avião, mas foi devolvido dos Estados Unidos onde foi marcado “marca de aeronave não permitida” 7083.[48] Quando a tripulação (Stultz, Gordon e Earhart) retornou para os Estados Unidos, foi recebida por uma parada pública em Nova Iorque e depois recepcionada pelo Presidente dos Estados Unidos Calvin Coolidge na Casa Branca. Referindo-se a sua semelhança física com Lindbergh,[49] a quem a imprensa chamava de "Lucky Lindy," alguns jornais e revistas passaram a se referir a Amelia como "Lady Lindy".[50] A "United Press" foi mais longe e para eles, Earhart reinava como a "Rainha dos Ares".[51] Logo após a sua volta aos Estados Unidos, Amelia empreendeu uma exaustiva excursão de conferências (1928-1929), e enquanto isso, Putnam empreendeu uma pesada campanha para promovê-la, incluindo a publicação de um livro da autoria dela, uma série de palestras e o uso de sua imagem em produtos de massa, como: bagagens, cigarros "Lucky Strike" (trouxe problemas para a sua imagem com as lojas McCall, que retiraram seu patrocínio)[52] e roupas femininas e esportivas. Do dinheiro que ela ganhou com a "Lucky Strike", 1500 dólares foram doados à então iminente expedição ao Pólo Sul do comandante Richard Byrd.[52] Amelia não somente promovia os produtos, como se tornou ativamente envolvida nas campanhas, principalmente as de moda feminina. Por anos ela costurou sua própria roupa, e agora a sua linha de roupas "para quem tem uma vida ativa" era vendida em 50 lojas como a Macy's, em áreas metropolitanas: surgia uma nova imagem de Earhart. O conceito "A.E." (o apelido carinhoso como seus parentes e amigos a chamavam)[51][53] consistia em linhas simples e naturais e que não amarrotavam, incorporando materiais laváveis, práticos mas sem perder a feminilidade. Sua linha de bagagens ("Nova Bagagem Earhart") também detinha uma linha inconfundível. Assegurava-se que a produção deveria estar compatível com a demanda dos voos e até hoje é produzida. Uma grande quantidade de itens promocionais estampavam a imagem de Earhart e do mesmo modo, equivalentes modernos ainda continuam a ser produzidos até hoje.[54] A campanha de marketing produzida por G.P. Putnam foi bem sucedida ao criar afinidade entre a imagem de Earhart e o público.[55] A condição de celebridade ajudou Amelia a financiar seu voo.[56] Ao aceitar o cargo de editora associada da revista "Cosmopolitan", vislumbrou a oportunidade de angariar a aceitação pública para a aviação, promovendo especialmente a entrada das mulheres nesse campo.[57] Em 1929, Earhart esteve entre os primeiros pilotos a promover voos através do serviço de linhas aéreas comerciais; como Charles Lindbergh, ela representou a Transcontinental Air Transport (TAT, mais tarde TWA), e investiu tempo e dinheiro criando o primeiro serviço regional de viagens entre Nova Iorque e Washington, DC. Foi vice-presidente da National Airways, conduzindo operações aéreas da Boston-Maine Airways e várias outras linhas aéreas no nordeste dos Estados Unidos.[58] Em 1940 surge a Northeast Airlines. Embora se tenha tornado famosa com seu voo transatlântico, Earhart queria ter um recorde "exemplar" somente seu.[59] Logo após o retorno da pilotagem do Avian "7083", ela se lançou no primeiro voo solo longo que ocorreu quando seu nome começava a estar em destaque nacionalmente. Efetuando a viagem em agosto de 1928, Earhart se tornou a primeira mulher a efetuar um voo solo de ida e volta através do continente norte-americano.[60] Gradualmente seu nível de pilotagem e profissionalismo foi amadurecendo, como reconheceram os pilotos profissionais experientes que voaram com ela. O general Leigh Wade voou com Earhart em 1929: "Ela nasceu para pilotar, com um toque delicado no manche."[61] Subseqüentemente, ela fez sua primeira incursão numa competição de corrida áerea em 1929 durante o primeiro "Santa Monica-to-Cleveland Women's Air Derby" (apelidado de "Powder Puff Derby" por Will Rogers), chegando em terceiro lugar. Em 1930, Earhart se tornou uma oficial da "National Aeronautic Association" onde trabalhou ativamente para estabelecer a separação dos recordes femininos e foi "instrumental" na aceitação de um padrão internacional semelhante pela Fédération Aéronautique Internationale (FAI).[57] Em 1931, pilotando um Pitcairn PCA-2 autogiro, quebrou o recorde mundial de altitude de 18.415 pés (5.613 m) em um equipamento emprestado pela empresa.[62] Para o leitor atual, pode parecer que Earhart apenas efetuava voos de "exibição", mas ela foi, em conjunto com outras aviadoras, crucial para convencer os americanos que "a aviação não era somente para loucos e super-homens".[63] Durante este período, Earhart se envolveu com as "The Ninety-Nines", uma organização de mulheres-piloto que davam apoio moral e suportavam a causa das mulheres na aviação. Ela havia convocado uma reunião em 1929 após a "Women's Air Derby". Ela sugeriu o nome baseada no número de membros constituintes; tornou-se a primeira presidente da organização em 1930.[5] Amelia advogou vigorosamente pelas mulheres-piloto e quando em 1934 a corrida "Bendix Trophy" baniu as mulheres, ela recusou-se a voar com a atriz Mary Pickford para Cleveland para abertura da corrida.[64] Por um tempo esteve noiva de Samuel Chapman, um engenheiro químico de Boston, rompendo o noivado em 23 de novembro de 1928.[65] Nesse meio tempo, Earhart e Putnam tornaram-se bastante íntimos, ao passarem longos períodos juntos. George Putnam, conhecido como GP, divorciou-se em 1929 e propôs-se a Amelia seis vezes até que ela aceitasse sua proposta.[66] Após bastantes hesitações de parte de Earhart, casaram-se em 7 de fevereiro de 1931, na casa da mãe de Putnam em Noank, Connecticut. Earhart se refere ao seu casamento como uma "associação" com "controlo duplo". Numa carta escrita para Putnam e entregada a ele em mão no dia do casamento, ela escreveu, "Eu quero que você entenda que não o prenderei a nenhum código medieval de fidelidade a mim e que tão pouco me considerarei presa a si desse modo."[67][68][69] As idéias de Amelia sobre o casamento eram liberais para aquele tempo, pois acreditava em responsabilidades iguais de ambas as partes e manteve seu próprio nome ao invés de ser chamada de Sra. Putnam. Quando o "The New York Times", pelas regras de seu livro de estilo, insistiu em referir-se a ela como Sra. Putnam, Amelia riu. GP também logo aprendeu que deveria ser chamado de "Sr. Earhart".[70] Não houve lua-de-mel para os recém-casados pois Amelia estava envolvida em uma travessia de nove dias a fim de promover os autogiros, e o promotor da excursão, "Beechnut Gum." Apesar de Earhart e Putnam não terem filhos, ele tinha dois filhos de seu casamento anterior com Dorothy Binney (1888-1982),[71] herdeira da companhia química Binney & Smith, inventores dos craions (lápis de cera)Crayola:[72] o explorador e escritor David Binney Putnam (1913-1992) e George Palmer Putnam, Jr. (nascido em 1921). Amelia tinha afeição especial por David que freqüentemente visitava seu pai em sua nova residência em Rye, Nova Iorque. George havia contraído poliomielite pouco depois da separação dos pais, e não podia visitá-los com tanta freqüencia. Alguns anos mais tarde, ocorreu um incêndio na casa de Putnam em Rye e, antes que fosse contido, destruiu tesouros de família, incluindo muitas das recordações de Earhart. Após o incidente, GP e AE decidiram mudar-se para a costa oeste, pois Putnam já havia vendido a sua posição na empresa de publicidade ao seu primo Palmer, instalando-se em North Hollywood, o que aproximou GP da Paramount Pictures e da sua nova posição como chefe de edição dessa companhia de filmes. Aos 34 anos, na manhã de 20 de maio de 1932, Earhart partiu de Harbour Grace, Terra Nova, com a cópia mais recente do jornal local (a cópia do jornal tinha a intenção de confirmar a data do voo). Ela pretendia voar para Paris no seu Lockheed Vega 5b replicando o voo solo de Charles Lindbergh. Seu conselheiro técnico de voo foi o famoso aviador Bernt Balchen que ajudou a preparar sua aeronave. Desempenhou também o papel de "isco" para a imprensa pois encontrava-se a preparar o Vega de Earhart para o seu próprio voo ao Ártico.[74] Após um voo de 14 horas e 56 minutos durante o qual ela enfrentou fortes ventos do norte, gelo e problemas mecânicos, Earhart pousou num pasto em Culmore, norte de Derry, Irlanda do Norte.[75] Quando o fazendeiro lhe perguntou, "Você veio voando de longe?" Amelia respondeu, "Da América".."[76] O local é agora sede de um pequeno museu, o "Amelia Earhart Centre".[77] Como a primeira mulher a efetuar um voo solo sem escalas através do Atlântico, Earhart recebeu a "Distinguished Flying Cross" do Congresso dos Estados Unidos, a "Cruz de Cavaleiro" da Legião de Honra do governo francês e a "Medalha de Ouro" da National Geographic Society das mãos do presidente Herbert Hoover. Com o crescimento da fama, tornou-se amiga de várias personalidades com cargos públicos importantes, como Eleanor Roosevelt, a "Primeira Dama". Roosevelt compartilhava de muitos interesses e paixões mútuas com Earhart, especialmente as causas das mulheres. Depois de voar com Earhart, Roosevelt obteve uma permissão de estudante, mas não prosseguiu com seus planos de aprender a voar. As duas amigas mantiveram contato freqüente por toda a vida.[78] Outra famosa aviadora, Jacqueline Cochran, que o público considerava a maior rival de Amelia, também se tornou sua amiga íntima durante esse período.[79] Em 11 de janeiro de 1935, Earhart tornou-se a primeira pessoa a efetuar um voo solo de Honolulu, Hawaii a Oakland, Califórnia. Embora esse voo tenha sido tentado pelos desafortunados participantes da "Dole Air Race" de 1927, que fizeram a rota invertida, seu vôo pioneiro[80] foi o único direto, sem problemas mecânicos. Nas horas finais, ela relaxou escutando a "transmissão da "Metropolitan Opera" de Nova Iorque".[80] Nesse mesmo ano, novamente voando seu fiel Vega que ela chamou "velha Bessie, o cavalo de fogo", Earhart voou sozinha de Los Angeles à Cidade do México em 19 de abril. O próximo recorde atingido foi um vôo sem escalas da Cidade do México para Nova Iorque. Ela partiu em 8 de maio, em um vôo que foi calmo durante todo o trajeto, somente na chegada houve uma preoucupação maior, pois uma multidão a aguardava,[81] e ela teve que ter cuidado para não aterrissar em cima dela. Earhart novamente participou de corridas aéreas de longa distância, chegando em quinto lugar, em 1935 na Bendix Trophy Race, o melhor resultado que ela conseguiu alcançar, considerando que que seu Lockheed Vega alcançava no máximo 195 mph (314 km/h), bem abaixo dos outros competidores que poderiam chegar a mais de 300 mph (480 km/h).[82] A corrida foi particularmente difícil para alguns competidores, como Cecil Allen, que morreu num incêndio durante a decolagem e sua rival Jacqueline Cochran que foi forçada a desistir por problemas mecânicos, além do denso nevoeiro[83] e trovoadas que acompanharam toda a corrida. Entre 1930 e 1935, Amelia bateu sete recordes de velocidade e distância para mulheres em várias aeronaves: Kinner Airster, Lockheed Vega e Pitcairn Autogiro. Em 1935, reconhecendo as limitações de seu "amado Vega vermelho" em longos vôos transoceânicos, Amelia pensou, em suas próprias palavras, um novo "prêmio. um vôo que eu gostaria muito de tentar – a circumnavegação do globo o mais próximo da sua linha de cintura que pudesse."[84] Para esta nova aventura, ela precisaria de uma nova aeronave. Earhart juntou-se ao corpo docente da Purdue University em 1935 como membro visitante, aconselhando mulheres sobre carreiras e como conselheira técnica do Departamento de Aeronáutica.[83] Em julho de 1936, recebeu um Lockheed 10E Electra financiado por Purdue e iniciou seu projeto de vôo ao redor do mundo. Não sendo o primeiro vôo a circular o globo, seria o mais longo com 47 000 km de percurso, seguindo uma rota equatorial. Embora o Electra tenha sido apresentado como um “laboratório voador”, muito pouca ciência foi utilizada e o vôo parece ter sido planejado à volta da intenção de Earhart em circumnavegar o globo de modo enquanto angariava material e publicidade para o seu novo livro. Sua primeira escolha para navegador foi o capitão Harry Manning que tinha sido capitão do President Roosevelt, navio que trouxe Amelia de volta da Europa em 1928. Através de contatos da comunidade de aviação de Los Angeles, Fred Noonan foi escolhido como segundo navegador de vôo.[85] Havia vários fatores adicionais significativos que tinham de ser levados em conta durante a navegação celestial em aviões.[86] Noonan havia deixado recentemente a Pan Am onde havia sido o responsável pela elaboração da maioria das rotas dos hidroaviões através do Pacífico. Foi também responsável pelo treinamento dos navegadores da rota entre São Francisco e Manila.[87][88] O plano original era Noonan navegar do Hawaii à Ilha Howland, uma das partes mais difíceis do trajeto; daí Manning continuaria com Earhart até à Austrália e ela continuaria sozinha o restante do trajeto. No Dia de São Patrício, 17 de março de 1937, eles efetuaram a primeira parte do vôo de Oakland, Califórnia até Honolulu, Hawai. Juntamente com Earhart e Noonan, Harry Manning e Paul Mantz (que atuava como conselheiro técnico de Earhart) estavam a bordo. Por causa de problemas de lubrificação e com os propulsores, a aeronave necessitou de manutenção no Hawaii. O Electra acabou ficando na base naval de Luke Field em Ford Island em Pearl Harbor. O vôo foi retomado três dias depois de Luke Field com Earhart, Noonan e Manning a bordo, e durante a decolagem, Earhart rodopiou. As circunstâncias para o ocorrido permanecem controversas. Algumas testemunhas que estavam em Luke Field inclusive os jornalistas da Associação de Imprensa, disseram que viram um pneu explodir.[89] Earhart achou que o pneu direito pode ter explodido e/ou o trem de pouso direito quebrou. Algumas fontes, como Mantz, acham que houve falha do piloto.[89] Como o avião ficou seriamente danificado, o vôo foi cancelado e ele foi enviado por mar para a fábrica da Lockheed em Burbank, Califórnia para reparos. Enquanto o Electra estava sendo reparado, Earhart e Putnam conseguiram fundos adicionais e se prepararam para uma segunda tentativa. Agora voando de oeste para leste, a segunda tentativa começaria com um vôo sem publicidade de Oakland para Miami, Florida e após a chegada, Earhart fez o anúncio público de seus planos de voar ao redor do globo. A alteração do direcionamento do vôo foi provocada pelas mudanças meteorológicas e de vento ao longo da rota planejada desde a primeira tentativa. Fred Noonan foi o único membro da tripulação de Earhart no segundo vôo. Eles partiram de Miami em 1 de junho e após várias escalas na América do Sul, África, Índia e Sudoeste da Ásia, chegaram em Lae, Nova Guiné em 29 de junho de 1937. Nesse momento a viagem havia completado cerca de 22.000 milhas (35.000 km). Restavam 7.000 milhas (11.000 km) sobrevoando o Pacífico. Em 2 de julho de 1937 (meia-noite GMT) Earhart e Noonan decolaram de Lae no Electra pesadamente carregado. Seu destino era a Ilha Howland, uma fina faixa de terra de 2.000 m de comprimento e 500 m de largura, 3 m altura e a 4.113 km de distância. A última posição relatada deles foi próximo às Ilhas Nukumanu, cerca de 1.300 km depois da decolagem. O “cutter” Itasca da guarda costeira dos EUA estava na estação de Howland, onde se comunicaria com o Lockheed Electra 10E de Earhart guiando-os até à ilha, uma vez que estivessem próximos. Através de uma série de mal-entendidos ou erros (cujos detalhes permanecem controvertidos), a aproximação final à Ilha Howland usando a navegação por rádio não foi bem sucedida. Fred Noonan havia escrito anteriormente a respeito de problemas que afetavam a confiabilidade necessária para a navegação através do rádio.[91] Algumas fontes notaram uma aparente dificuldade de Earhart em entender o funcionamento da antena Bendix, uma tecnologia moderna naquele tempo. Outra possível causa de confusão foi que o cutter “Itasca” e Earhart planejaram sua comunicação utilizando sistemas de tempo com meia hora de diferença (Earhart usando Greenwich (GCT) e o “Itasca”, um sistema de designação de zona de tempo naval).[92] Uma filmagem de Lae sugere que uma antena instalada debaixo da fuselagem do Electra, que estava pesado e cheio de combustível, pode ter se desconectado durante o taxiamento ou decolagem da pista de grama de Lae. Na sua biografia de Paul Mantz (que ajudou no plano de vôo de Earhart e Noonan), o escritor Don Dwiggins menciona que os pilotos cortaram o longo fio da antena devido ao aborrecimento de ter que colocá-la novamente no avião a cada uso. Durante a aproximação de Earhart e Noonan da Ilha Howland, o Itasca recebeu alto e claro, transmissões de Earhart identificando-se como King How Able Queen Queen(KHAQQ), mas ela aparentemente não conseguiu ouvir as transmissões do navio. Às 7:42 a.m. Earhart modulou "Nós devemos estar sobre vocês, mas não conseguimos vê-los – o combustível está acabando. Não estamos recebendo suas transmissões por rádio. Estamos voando a 1.000 pés." Sua transmissão às 7:58 a.m. dizia que ela não conseguia ouvir o Itasca e solicitava que eles enviassem sinais de voz, para que ela pudesse encontrar um rumo via rádio (essa transmissão foi reportada pelo Itasca como tendo o sinal mais forte possível, o que indicava que Earhart e Noonan estavam em área próxima). O “Itasca” não conseguiu enviar sinal de voz na frequência que ela indicou, então começou a transmitir em código Morse. Earhart recebeu o código, porém não conseguiu determinar sua direção.[93] Em sua última transmissão às 8:43 a.m. Earhart transmitiu "Estamos alinhados em 157 337. Repetiremos essa mensagem. Repetiremos essa mensagem em 6210 kilociclos. Aguardem." Porém, poucos momentos depois, ela retornou à mesma freqüência (3105 kHz) com uma transmissão que foi percebida como “questionável”: "Estamos indo na linha norte e sul."[94] As transmissões de Earhart parecem indicar que ela e Noonan acreditavam ter alcançado a posição da ilha Howland indicada nos mapas, o que estava incorreto por cerca de cinco milhas náuticas (10 km). O Itasca utilizou as suas caldeiras alimentadas a óleo para gerar fumaça por um tempo, porém aparentemente os pilotos não a viram. Muitas nuvens na área ao redor da ilha Howland podem ter ocasionado um erro de visualização: as sombras refletidas na superfície do oceano podiam ser indistinguíveis do perfil reduzido e muito plano da ilha. Se algum sinal de rádio pós-perda foi recebido por Earhart e Noonan, ninguém sabe. Se as transmissões foram recebidas pelo Electra, a maioria, se não todas, terão sido fracas e truncadas. As transmissões de Earhart para Howland foram em 3105 kHz, uma freqüência restrita para uso aeronáutico nos EUA pelo FCC.[95] Não se pensava que essa freqüência fosse apropriada para transmissões a grandes distâncias. Quando Earhart estava em altitude de “cruzeiro” e a meio caminho entre Lae e Howland (a mais de 1.000 milhas de cada local) nenhuma estação ouviu sua transmissão às 08:15 GCT.[96] Além disso, o transmissor de 50 watt utilizado por Earhart foi acoplado a uma antena tipo V menor que o tamanho ideal.[97][98] A última transmissão recebida de Earhart na Ilha Howland indicou que ela e Noonan estavam voando numa linha de posição (calculada de uma “linha de sol” a 157-337 graus) e que Noonan deve ter calculado e desenhado numa carta passando por Howland.[99] Após a perda de contato com a Ilha Howland, foram efetuadas tentativas de contato com os pilotos através de transmissões de rádio e código Morse. Operadores do Oceano Pacífico e dos Estados Unidos poderão ter recebido sinais do Electra, porém eram incompreensíveis ou fracos..[100] Algumas dessas transmissões eram apenas ruídos, mas outras foram consideradas autênticas. Direções calculadas pelas estações da Pan American Airways sugerem que os sinais originaram-se em vários locais, incluindo Gardner Island.[101][102] Foi notado na altura que se esses sinais eram de Noonan e Earhart, eles teriam que estar sobre terra juntamente com o avião, pois de outro modo a água teria provocado curto-circuitos no sistema elétrico do Electra.[103][104] Sinais esporádicos foram reportados por quatro ou cinco dias após o desaparecimento, mas nenhum com clareza de informações..[105] O capitão do USS Colorado disse mais tarde que "Não havia dúvidas que várias estações estavam tentando contato com o avião de Earhart através da freqüência aeronáutica, alguns através de voz outras por sinais. Tudo isso concorreu para confundir e pôr em dúvida a autenticidade dos relatórios”.[106] Aproximadamente uma hora após a última mensagem registrada de Earhart, o USCG Itasca empreendeu uma busca que se revelaria mal sucedida, ao norte e oeste da Ilha Howland, baseando-se na suposição inicial acerca das transmissões da aeronave. A Marinha dos Estados Unidos logo se juntou à busca e durante três dias, enviou os recursos disponíveis para a busca nas áreas próximas à Ilha Howland. A busca inicial do Itasca percorreu a linha de posição 157/337 a NNW da Ilha Howland. O Itasca então procurou numa área imediatamente a NE da ilha, correspondendo a, mas um pouco maior que a área de busca a NW. Baseadas nos rumos de algumas supostas transmissões de Earhart, algumas das operações de busca foram direcionados para uma posição específica 281 graus a NW da Ilha Howland, sem encontrar terra ou o menor traço de evidência dos pilotos.[107] Quatro dias depois da última transmissão verificada de Earhart, em 6 de julho de 1937, o capitão do navio de guerra USS Colorado (BB-45) recebeu ordens do comando do 14º Distrito Naval americano para utilizar todas as unidades navais e da guarda costeira a fim de coordenar as operações de busca.[107] Mais tarde, as buscas foram direcionadas para as ilhas Phoenix, ao sul da ilha Howland.[108] Uma semana após o desaparecimento, uma aeronave partindo do Colorado, sobrevoou um grupo de várias ilhas, incluindo ilha Gardner, que estava desabitada há mais de 40 anos. O relatório subsequente informava: "Ali existiam sinais de habitação recente claramente visíveis, mas após repetidos círculos, não obtivemos nenhum tipo de resposta dos possíveis habitantes, e portanto deduzimos que não havia ninguém lá. Na extremidade ocidental da ilha vemos um “tramp steamer”(N.T.: tipo de navio a vapor) (de cerca de 4000 tons). sua proa descansa alta e seca na praia de corais, partido em dois locais. A lagoa de Gardner parece suficientemente profunda e certamente larga o suficiente para que um hidroavião ou até mesmo um aerobarco possa aterrissar ou decolar em qualquer direção com um mínimo de dificuldade. Se a oportunidade surgisse, acreditamos que a Srta Earhart poderia aterrissar sua aeronave nessa lagoa e ter nadado e aportado em terra.."[109] Também foi verificado que o tamanho e dimensão da Gardner, conforme registrados nos mapas, eram totalmente imprecisos. Outras buscas da Marinha foram direcionadas novamente para o norte, oeste e sudoeste da Ilha Howland, baseando-se na possibilidade do Electra ter amarado no oceano e estar flutuando, ou que os pilotos estivessem jangada de emergência.[110] As buscas prosseguiram até 19 de julho de 1937.[111] Cerca de 4 milhões de dólares foram gastos, e a operação da Marinha e da Guarda Costeira foi uma das mais custosas e intensas da história até aquele momento, mas as técnicas de busca e salvamento daquela época eram rudimentares e algumas das buscas se basearam em suposições erradas e informações imprecisas. Os relatórios oficiais sobre os trabalhos de busca foram influenciados por indivíduos preocupados com a forma como os seus papéis nos trabalhos de busca de um herói americano poderiam ser apresentados pela imprensa.[112] Apesar da busca sem precedentes da Marinha dos Estados Unidos e da Guarda Costeira, nenhuma evidência física de Earhart, Noonan ou do Electra 10E foi encontrada. O porta-aviões Lexington da Armada dos Estados Unidos e o couraçado Colorado, o Itasca (e até dois navios japoneses: o navio oceanográfico Koshu e o transporte de hidravião auxiliar Kamoi) procuraram por 67 dias, percorrendo 388.499,81 km².[113][114] Imediatamente após a finalização oficial das buscas, G.P. Putnam financiou uma busca particular pelas autoridades locais de ilhas e águas próximas do Pacífico, concentrando-se nas ilhas Gilbert. Finalmente em julho de 1937 Putnam alugou dois pequenos barcos e apesar de permanecer nos Estados Unidos, direcionou uma busca pelas ilhas Phoenix,ilha Christmas, Tabuaeran, ilhas Gilbert e ilhas Marshall mas nenhum vestígio do Electra ou de seus ocupantes foi encontrado. Muitas teorias surgiram após o desaparecimento de Earhart e Noonan. Duas possibilidades a respeito do destino dos pilotos prevalecem entre os investigadores e historiadores. Muitos investigadores acreditam que acabou o combustível do Electra e Earhart e Noonan caíram no mar. O navegador e engenheiro aeronáutico Elgen Long e sua esposa Marie K. Long investiram 35 anos em exaustiva pesquisa na teoria de “acidente e afundamento”, a qual é a mais aceita para o desaparecimento.[116] O capitão Laurance F. Safford, da Marinha dos Estados Unidos, que foi responsável, durante o período entre guerras, do “Mid Pacific Strategic Direction Finding Net” e pela decodificação das mensagens japonesas cifradas em PURPLE durante o ataque a Pearl Harbor, iniciou uma longa análise do vôo de Earhart durante os anos 1970, incluindo a intrincada documentação da transmissão de rádio e chegou a conclusão "planejamento ruim, execução pior."[117] O contra-almirante Richard R. Black, Marinha dos EUA que estava administrativamente encarregado da ilha Howland e estava presente na sala de rádio do Itasca afirmou, em 1982, que “o Electra entrou no mar por volta de 10 a.m., em 2 de julho de 1937 não muito longe de Howland".[117] O historiador de aviação britânico Roy Nesbit analisou as evidências de relatos contemporâneos e a correspondência de Putnam, e concluiu que o Electra de Earhart não fora completamente cheio de combustível em Lae.[118] William L. Polhemous, o navegador do vôo de Ann Pellegreno em 1967 que seguiu o plano de vôo original de Earhart e Noonan, estudou as tabelas de navegação de 2 de julho de 1937 e achou que Noonan pode ter errado nos cálculos da “linha de aproximação” prevista para “alcançar” Howland.[119] David Jourdain, antigo capitão de submarino da Marinha e engenheiro oceânico especializado em salvados em mar profundo, proclamou que qualquer transmissão atribuída à ilha Gardner era falsa. Através de sua companhia “Nauticos”, ele procurou exaustivamente num quadrante de 1200 milhas quadradas ao norte e oeste da Ilha Howland durante duas expedições com sonar em alto mar de 4,5 milhões de dólares(2002, 2006) e não encontrou nada. Os lugares procurados foram baseados na linha de posição (157-337) transmitida por Earhart em 2 de julho de 1937.[92] No entanto, as interpretações de Elgen Long levaram Jourdan a concluir que "a análise de todos os dados de que dispomos - a análise de combustível, transmissões rádio e outros - dizem-me que ela caíu ao mar ao largo de Howland".[92] O enteado de Earhart, George Palmer Putnam Jr. acreditava que “o avião simplesmente caiu por falta de combustível”.[120] Thomas Crouch, curador senior do “National Air and Space Museum” disse que o Electra de Earhart/Noonan está a "5.486,40 m de profundidade" e pode mesmo produzir uma gama de artefatos que podem rivalizar com os achados do Titanic, e acrescenta, ".o mistério faz com que nos mantenhamos interessados. Em parte, lembramo-nos dela porque ela é a nossa pessoa desaparecida favorita." Imediatamente após o desaparecimento de Earhart e Noonan, a Marinha dos Estados Unidos, Paul Mantz e a mãe de Earhart (que convenceu G.P. Putnam a empreender uma busca no grupo Grupo Gardner)[121] acreditavam que o vôo terminou nas ilhas Phoenix (atualmente parte de Kiribati), cerca de 350 milhas ao sudeste da ilha Howland. A hipótese da ilha Gardner tem sido caraterizada como a “mais confirmada” explicação sobre o desaparecimento de Earhart.[122] O International Group for Historic Aircraft Recovery (TIGHAR) sugeriu que Earhart e Noonan podem ter voado sem efetuarem outras transmissões de rádio [123] por duas horas e meia ao longo da linha de posição registrada por Earhart em sua última transmissão recebida em Howland, chegando à então desabitada ilha Gardner (atualmente Nikumaroro) no grupo Phoenix, aterrissando numa extensa planície próximo a um grande cargueiro naufragado e finalmente perecido. A pesquisa do TIGHAR produziu uma vasta documentação arqueológica e evidências que sustentam essa hipótese.[124][125] Por exemplo, em 1940, Gerald Gallagher, um oficial de carreira britânico (também piloto licenciado) transmitiu por rádio a seus superiores informando que havia encontrado um “esqueleto. possivelmente de uma mulher”, com uma antiga caixa de um sextante, debaixo de uma árvore na parte sudeste da ilha. Ele recebeu ordens para enviar os restos para Fiji onde em 1941, as autoridades coloniais britânicas tiraram medidas detalhadas dos ossos e concluíram que eram de um homem encorpado. No entanto, em 1998 uma análise destas medidas feita por antropólogos forenses, indicou que o esqueleto pertencia a uma “mulher branca, alta e de descendência norte-européia”. Os ossos desapareceram em Fiji há muito tempo. Artefatos encontrados pelo TIGHAR em Nikumaroro incluíam ferramentas improvisadas, um painel de alumínio (possivelmente do Electra), um pedaço de vidro acrílico que tinha exatamente o tamanho e curvatura da janela de um Electra e um tacão tamanho 9 datando de 1930 que se assemelha aos dos sapatos usados por Earhart nas fotos dos vôos mundiais.[126] As evidências permanecem circunstanciais mas o enteado de Earhart, George Putnam Jr., entusiasmou-se com a pesquisa do TIGHAR.[127] Uma expedição de 15 membros do TIGHAR visitou Nikumaroro de 21 de julho a 2 de agosto de 2007, procurando por artefatos e DNA com inequivocamente identificáveis. O grupo incluía engenheiros, ambientalistas, arqueólogos, um construtor de embarcações, um médico e um cinegrafista.[128] Eles reportaram o encontro de novos artefatos ainda de origem incerta no atol desgastado pelo tempo, incluindo rolamentos de bronze que podem ter pertencido à aeronave e um zíper que pode ter caído da roupa de vôo dela.. As circunstâncias não esclarecidas do desaparecimento de Amelia Earhart, por causa de sua fama, atraíram várias especulações sobre seu último vôo e todas elas foram descartadas por falta de evidências. Várias teorias de conspiração são bem conhecidas na cultura popular. Um filme da era da II Guerra Mundial chamado Flight for Freedom (1943) estrelando Rosalind Russell e Fred MacMurray promoveu um mito de que Earhart estava espiando os japoneses no Pacífico a pedido da administração de Franklin Roosevelt.[130] Em 1949, a United Press e a U.S. Army Intelligence concluíram que esses rumores não tinham fundamento. Jackie Cochran (ela mesma uma pioneira da aviação e uma das amigas de Earhart) fez uma pesquisa depois da guerra em numerosos arquivos no Japão e ficou convencida que os japoneses não estiveram envolvidos no desaparecimento de Earhart. Em 1966, o correspondente da CBS Fred Goerner publicou um livro onde faz a acusação que Earhart e Noonan foram capturados e executados quando sua aeronave caiu na ilha Saipan, que faz parte do arquipélago das ilhas Marianas, enquanto estava sob domínio dos japoneses.[132][133][134] Thomas E. Devine (que serviu na unidade de correios do Exército) escreveu Eyewitness: The Amelia Earhart Incident que incluiu uma carta da filha de um oficial da polícia japonesa que afirmava que seu pai fora responsável pela execução de Earhart. O fuzileiro naval dos EUA, Robert Wallack, afirma que junto com outros soldados, abriu um cofre em Saipan onde encontrarm a pasta de Earhart. O fuzileiro naval dos EUA, Earskin J. Nabers, disse que enquanto servia como operador de rádio em Saipan, em 1944, havia decodificado uma mensagem de oficiais da Marinha que diziam que o avião de Earhart fora encontrado no campo de vôo de Aslito, que mais tarde ele foi ordenado a guardar o avião e testemunhou sua destruição.[135] Em 1990 a série de TV da NBC-TV, “Unsolved Mysteries” televisionou uma entrevista com uma mulher saipanesa que dizia ter testemunhado a execução de Earhart e Noonan por soldados japoneses. Nenhuma confirmação ou prova dessas “teses” surgiram.[136] Supostas fotografias de Earhart em cativeiro foram identificadas como ou sendo fraudulentas ou anteriores ao seu derradeiro vôo.[137] Desde o fim da II Guerra Mundial, houve rumores sobre um local em Tinian, que fica a 8 km a sudoeste de Saipan, que supostamente seria a sepultura de dois pilotos. Em 2004 uma escavação arqueológica não encontrou nenhum osso. Um boato disse que Earhart fazia publicidade em emissoras de rádio sendo uma das muitas mulheres compelidas a trabalhar como Tokyo Rose esses rumores foram investigados pessoalmente por George Putnam. De acordo com várias biografias de Earhart, Putnam investigou pessoalmente esse boato após escutar várias gravações de Tokyo Roses e ele não reconheceu a voz de Amelia em nenhuma delas. David Billings, um engenheiro aeronáutico australiano, afirmou que um mapa que continha anotações consistentes com o número do motor do avião de Earhart e o número da construção da sua fuselagem. É originário de uma patrulha australiana da II Guerra Mundial, baseada na Nova Bretanha na costa da Nova Guiné e indica um acidente a 64 km para sudoeste de Rabaul. Billings especulou que Earhart desviou-se da rota para Howland e tentou alcançar Rabaul para conseguir combustível. Buscas efetuadas no solo foram infrutíferas. Em novembro de 2006, o National Geographic Channel exibiu dois episódios da série Undiscovered History sobre o rumor que Earhart sobreviveu ao vôo mundial e se mudou para Nova Jérsey, com novo nome, casou e passou a se chamar Irene Craigmile Bolam. Esse boato foi originalmente levantado no livro Amelia Earhart Lives (1970) por Joe Klaas. Irene Bolam foi uma banqueira de Nova Iorque durante os anos 1940, negando ser Earhart, entrou com um processo pedindo 1,5 millhões de dólares por prejuízos e apresentou uma extensa declaração sob juramento refutando os boatos. O editor do livro, McGraw-Hill, retirou o livro do mercado rapidamente, e os registos do tribunal mostram que foi feito um acordo extra-judicial com Bolam.[141] Logo após, a vida pessoal de Bolam foi completamente documentada por pesquisadores, eliminando qualquer possibilidade dela ser Earhart. Kevin Richland, um perito criminal forense profissional, contratado pela National Geographic, estudou fotos de ambas as mulheres e citou várias diferenças de medidas faciais entre Earhart e Bolam. Amelia Earhart foi uma celebridade internacionalmente conhecida durante sua vida. Sua timidez carismática, independência, persistência, frieza sob pressão, coragem e objetivos profissionais definidos somando-se as circunstâncias de seu desaparecimento ainda jovem, fizeram sua fama na cultura popular. Centenas de artigos e livros foram escritos sobre sua vida e freqüentemente é citada como estímulo motivacional, especialmente para mulheres. Earhart normalmente é lembrada como um ícone feminista. Em 23 de outubro de 2009 é lançado o filme "Amelia" com Hilary Swank no papel de Amelia Earhart, baseado na biografia escrita por Susan Butler, Mary Lovell e Elgen Long. A direção é da indiana Mira Nair.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apoiada pelo povo, Maria entrou triunfante em Londres, com a meio-irmã Isabel a seu lado.Uma das suas primeiras acções foi mandar executar o Duque de Northumberland, que planejara o golpe. Depois, remodelou o leque de conselheiros reais, afastando todos os aliados de Northumberland. Joana Grey, o seu pai, o Duque de Suffolk e o marido Guilford Dudley foram presos mas libertados pouco depois. 
Maria foi coroada rainha na Abadia de Westminster a 1 de Outubro de 1553. O serviço foi efectuado pelo Bispo de Winchester, Stephen Gardiner, e não pelo Arcebispo da Cantuária, visto que o último era Protestante.
O primeiro Acto do Parlamento sob a direcção de Maria foi validar retroactivamente o casamento de Henrique VIII de Inglaterra com Catarina de Aragão, repondo assim a sua legitimidade. A Inglaterra se encontrava em grande corrupção, a rainha chocada com tamanhos desvios ordenou a diminuição das despesas da casa real. Maria reduziu os impostos, a redução deixou a renda mais baixa que a despesa, então a rainha criou direitos aduaneiros sobre a importação de fazendas e taxou a importação de vinhos franceses. Entretanto as medidas que pretendiam ajudar aos mais pobres, provocaram a retração comercial. Maria criticou a Alta Burguesia (comerciantes ricos) por pagar baixos salários aos seus empregados, e proibiu terminantemente o salário em espécie. Porém a monarca não estava cercada de bons elementos e muitas de suas ordens não chegaram a ser cumpridas. Maria emitiu moedas de prata finas e planejou uma planta para retirar as moedas rebaixadas que vieram a ser usufruídas em 1560-61, no reinado de sua irmã Isabel Tudor, também incluiu um novo livro das taxas foi introduzido no fim de seu reinado em 1558.
Maria também teve um grande trabalho na via diplomática, em seu reinado, a Rússia entrava em contato com a Inglaterra. A rainha pela primeira vez recebeu em sua corte o embaixador russo Osep Nepeja. Em 1555, uma carta patente foi emitida à Muscovy company que dava direito de trocas exclusivas na região, expedições adicionais foram feitas em 1556, em 1568 e em 1580. Ainda nesse ramo, novas rotas de comércio para o pano inglês foram abertas em África - especialmente em Marrocos, que forneceu o açúcar e o salitre, e na Guiné, uma fonte de ouro.
Como uma Monarca da dinastia Tudor, as artes continuaram a ter grande destaque em seu reinado, Maria patrocinou artistas como Thomas Tallis e John Sheppard, Willian Roper genro de Thomas Morus escreveu uma biografia sobre seu sogro no reinado de Maria I.
Como a primeira mulher a ser coroada rainha na Inglaterra, Maria teve que lidar com o assuntos referente ao matrimônio, que lhe daria um herdeiro, continuando a dinastia. Como primeira reação, de acordo com Judith Richards em seu artigo: "Mary Tudor as Sole Quene". Maria negou, dizendo que já havia se casado com a Inglaterra, tal visão é apenas mostrada pela parte de Isabel, entretanto sua irmã, também negou a proposta de casamento. Contudo acabou aceitando a hipótese, de início parecia inclinada em aceitar Eduardo Courtenay, Conde de Devon, mas mudou de ideia quando o Imperador Carlos V sugeriu o seu filho único, o Príncipe Filipe. Tanto o Parlamento como os seus principais conselheiros imploraram que reconsiderasse a decisão, receando a perda de independência de Inglaterra face à temida Espanha católica.
Maria manteve-se firme, o que iniciou uma onda de protestos populares que ameaçava revolução. O Duque de Suffolk decidiu tomar uma atitude e aliciou Isabel com a coroa, suportado pela revolta popular de Thomas Wyatt. A tentativa foi esmagada. A tentativa foi esmagada. Wyatt e Suffolk foram executados, Joana Grey também foi executada com muito pesar por parte da rainha. Após a revolta de Wyatt, a rainha mudou sua política, o conselho de Maria havia lhe urgido para que largasse a política de clemência e começasse a agir. A Princesa Isabel, como beneficiária da manobra, tornou-se num alvo de suspeita e foi presa na Torre de Londres, entretanto nada foi provado sobre o envolvimento da princesa. Filipe de Espanha exigiu primeiramente que fosse executada para eliminar futuras conspirações, mas Maria recusou assinar a ordem e em vez disso expulsou-a da corte, sob prisão domiciliar. Após dois meses na torre, Isabel foi posta em prisão domiciliar sob a guarda de Sir Henry Bedingfield. 
Maria e Filipe se casaram a 25 de Julho de 1554 na Catedral de Winchester. Nos termos do contrato, Filipe passou a ser designado como Rei consorte da Inglaterra. O seu casamento com um herdeiro estrangeiro e católico marcou o fim da popularidade da rainha junto dos ingleses orgulhosos da sua independência. Maria, no entanto, ficou extremamente feliz com a união e apaixonou-se pelo marido onze anos mais novo. Em Novembro de 1554, Maria julgou-se gravida. O marido viu nisso a esperança de poder governar finalmente e da morte da esposa e deixou Isabel voltar ao reino para ser uma possivel esposa. Mas a gravidez de Maria era apenas psicologica fazendo com que o Felipe voltasse para casa do pai já que a esposa estava bem e ele não ia ser um rei de verdade.
A rainha dedicou-se então ao seu projecto pessoal de reverter a ruptura com Roma estabelecida pelo pai e o estabelecimento do protestantismo estabelecido pelo irmão Eduardo VI. Sua política primária de tolerância com protestantes havia sido quebrada após a revolta de Wyatt. Reginald Pole, um cardeal católico, foi nomeado conselheiro pessoal e Arcebispo da Cantuária. Juntos aboliram as reformas religiosas de Eduardo VI e deram início ao que ficou conhecido como asperseguições marianas. Nos três anos seguintes cerca de 300 pessoas foram queimadas na fogueira por heresia incluindo Thomas Cranmer (ex Arcebispo da Cantuária), Nicholas Ridley (ex-bispo de Londres) e o reformista Hugh Latimer. Estes actos, dos quais Maria não foi a única responsável moral, valeram-lhe o cognome Bloody Mary e uma crescente impopularidade junto dos ingleses.

O príncipe e o mendigo

O livro o princípe e o mendigo foi inspirado em Edward. 

The Prince and the Pauper 1881 p20.jpg


Tom Canty e Edward nasceram, por coincidência, no mesmo dia tendo uma semelhança incrível na aparência. Tom era um mendigo que vivia com um pai cruel chamado John Canty. Tom era forçado pelo pai a pedir esmolas para ganhar dinheiro e o pai também o juntava a um grupo de ladrões. Se não lucrasse ou se ganhasse pouco, Tom levava fortes surras. Já Edward, era o filho e herdeiro do trono do Rei Henrique VIII e cheio de amor e carinho.
Tom, para esquecer de sua triste e infeliz vida, adorava brincar com os amigos de rua. Nas brincadeiras ele sempre era o príncipe. Também sempre sonhava com uma vida mais cômoda e melhor. Gostava tanto de brincar desse jeito que um dia foi para o palácio do Rei Henrique.
Quando foi ver o príncipe Edward na janela, o príncipe percebeu sua presença e o mandou logo entrar para os dois brincarem juntos. Os dois se olharam no espelho e perceberam que tinham a mesma aparência. Decidiram então trocar de roupa. Logo depois que trocaram de roupa, chegou um guarda levando aos tapas Edward para fora do castelo por confundi-lo com Tom.
Tom foi chamado para jantar com o suposto pai e não sabendo de nenhum assunto, Rei Henrique achou que Edward (na verdade Tom) havia enlouquecido e perdido a memória. Já Edward, foi obrigado a viver por alguns dias como mendigo. Edward não suportando a pressão de John Canty, então, fugiu para a casa de um homem simples chamado Miles, que ia se casar com uma linda moça chamada Edith, mas foi sabotado pelo seu irmão Hugh que o roubou Edith. Na história inteira Miles ajudou Edward.
Miles foi com Edward procurar sua amada Edith para se casar. Quando chegou, notou que seu pai havia morrido e que Hugh estava prestes a se casar com Edith. Miles foi preso e Edward ajudou Miles a sair da prisão. Soube também que o Rei Henrique havia morrido e que Tom iria virar Rei. Chegando na hora da coroação, foi reconhecido e no final, tudo ficou bem: Edward virou rei e prometeu para sempre ajuda a Tom. John Canty foi condenado à forca e fugiu; Miles disputou um duelo com Hugh, que no fim resultou na morte Hugh e Miles se casou com Edith.

O reinado dos protetores de Eduardo

Henrique VIII morreu em 1547 e foi sucedido por Eduardo VI.

Edward VI of England c. 1546.jpg

Eduardo nasceu no Palácio de Hampton Court, em Londres. Filho de Henrique VIII e sua terceira esposa, Jane Seymour. Doze dias após o parto sua mãe morreu de febre puerperal.

Até aproximadamente os seis anos de vida, Eduardo ficou aos cuidados de uma enfermeira e posteriormente aos cuidados de sua madrasta, a sexta esposa de Henrique VIII, Catarina Parr. Teorias dizem que Eduardo sofria de sífilis congênita, transmitida pelo seu pai. 

No entanto, a sua saúde não o impediu de educar-se da melhor maneira. Eduardo revelou-se num excelente aluno. Aos sete anos era fluente em Latim. Mais tarde aprendeu francês e grego, que traduzia com facilidade aos treze anos.

Henrique VIII morreu em 28 de janeiro de 1547 quando Eduardo tinha apenas 9 anos. Seu testamento nomeou 16 tutores para agir como Conselho de Regência até a maioridade de Eduardo VI. Estes tutores eram auxiliados por 12 assistentes. Estes tutores eram todos inclinados à Reforma religiosa.
 O Conselho imediatamente apontou o tio materno de Eduardo, Eduardo Seymour 

Edward Seymour.jpg

como Lorde Protetor durante a menoridade de Eduardo. Eduardo Seymour deveria agir sob a aprovação do Conselho mas ganhou o completo controle do governo depois de obter o poder de mudá-lo quando quisesse. Somerset, portanto, tornou-se no "verdadeiro govenador" da Inglaterra. 

Catarina conseguiu casar com o seu antigo apaixonado, Tomás Seymour. E levou Isabel para morar com ela. 


Seria aí que Isabel receberia a sua instrução formal. Dedicada, aprendeu a falar ou ler em seis idiomas: a língua do seu país, o inglês, francês, italiano, espanhol, grego e latim. Sob a influência de lady Parr e de seu professor Roger Ascham, converteu-se ao protestantismo.

Só que o  casamento de sua madrasta com Thomas não foi provavelmente o que ela esperava, uma vez que Seymour se mostrava mais interessado no dinheiro dela e na Princesa Isabel, então a viver com o casal. Apesar disso, Catarina ficou grávida pela primeira vez, após quatro casamentos, e morreu de complicações relacionadas com o parto da sua filha Maria, que não sobreviveu por muito tempo.

ande influência sobre Eduardo era o Arcebispo da Cantuária (ou Archbishop of Canterbury), Tomás Cranmer. Somerset e Cranmer começaram então a desenvolver o Protestantismo em Inglaterra, substituíndo os ritos católicos por novos, sem no entanto haver perseguições, por medo de represálias do continente maioritariamente católico. Em 1549, Cranmer publicou o primeiro Livro de Oração Comum. No mesmo ano, foi aprovado a Acta da Uniformidade estabelecendo o Livro de Oração Comum como único culto legal na Inglaterra que até então era feito em latim. A Acta de Uniformidade trouxe grande revolta, principalmente na Cornualha onde a língua era a córnica.

O Duque de Somerset recusou-se a alterar a Acta pois o inglês deveria ser a língua oficial da Igreja da Inglaterra. Protestos se intensificaram e um um exército foi armado com 3.000 homens que tentaram tomar a cidade de Exeter. A rebelião de 1549 causou a queda da popularidade de Somerset até mesmo entre o Conselho. A inflação e o custo da guerra causaram revoltas populares. Em 8 de agosto do mesmo ano, o Rei francês Henrique II declarou guerra à Inglaterra. A resposta de Somerset contra a oposição a seu Protetorado foi fugir. Entretanto, ele foi capturado por John Dudley (Conde de Warwick) e mandado para a Torre de Londres.

Com a queda de Somerset, John Dudley,


o Conde de Warwick, se autoproclamou Lorde Presidente ao invés de Protetor. Ao contrário de Somerset, Warwick era um homem de ação e cheio de ambição em instalar um protestantismo inflexível e aumentar sua fortuna e poder.

O poder do Conde de Warwick (posteriormente nomeado Duque de Northumberland) foi acompanhado pela queda do catolicismo na Inglaterra. O uso do Livro de Oração Comum foi forçado com mais enfâse em todas igrejas, todos edições oficiais da Bíblia foram acompanhadas de anotações anti-católicas, os bispos fiéis a Roma foram substituídos por reformistas e começaram as perseguições e as execuções na fogueira.
Enquanto isso, Somerset que tinha concordado em submeter-se a Warwick, foi libertado da prisão e nomeado para o Conselho Privado, entrando em conflito aberto com Warwick. Tentando aumentar seu poder, Warwick convenceu ao rei em nomeá-lo Duque de Northumberland. O então recém nomeado Duque de Northumberland começou uma campanha de descrédito contra Somerset e manobrou evidências para o executá-lo por traição. Informou aos habitantes de Londres de que o Duque de Somerset pretendia destruir a cidade; a Eduardo contou que seu antigo tutor queria derrocá-lo, prendê-lo e tomar-lhe o trono. Em 1551 o Duque de Somerset foi julgado por crime de traição; foi condenado a morte e executado em janeiro de 1552.

Um dia após a execução de Somerset, o Parlamento aprovou a Acta de Uniformidade de 1552 adotando o segundo Livro de Oração Comum e condenando a prisão perpétua todos os culpados de adoração religiosa ilegal.

Em 1553, Eduardo adoeceu de tuberculose e ficou óbvio que a doença era fatal. Começou-se então a preparar a sucessão.
Como a Inglaterra caminhava protestante na época, não havia nenhum desejo que o rei fosse sucedido pela irmã mais velha, a Princesa Maria, conhecida pelo seu catolicismo militante. Warwick tampouco desejava Isabel como rainha. A terceira na linha de sucessão seria Lady Frances Brandon. Frances Brandon era filha primogênita de Maria Tudor, irmã de Henrique VIII, e Charles Brandon. Esta também não era do agrado de Warwick pois este temia que o marido de Frances, o Duque de Surffolk Henrique Grey, reclamasse a coroa em seu favor.
Como alternativa sugerida por Warwick, escolheu Joana Grey que havia se casado com seu filho mais novo Guilford Dudley. Joana era filha de Frances Brandon, duchess of Suffolk, marchioness of Dorset e Henrique Grey, portanto neta de Maria Tudor, irmã de Henrique VIII e tinha sido educada como protestante. Foi feita uma acta escrita a mão pelo próprio rei Eduardo VI deixando Joana Grey como sua herdeira e excluíndo suas irmãs Maria e Isabel, alegando ilegitimidade das mesmas. No dia 11 de junho de 1553, os Conselheiros foram obrigados a aceitar seu rascunho. E a Frances Brandon, a Duquesa de Suffolk, concordou em renunciar em favor de Joana.


Eduardo VI morreu em 6 de julho de 1553, provavelmente de tuberculose e foi sepultado na Abadia de Westminster. Sua morte foi mantida em segredo por alguns dias até a preparação da sucessão de Joana Grey. No dia 10 de julho, Joana Grey foi declarada a nova rainha da Inglaterra, porém a população desejava Maria. No dia 19 de julho, Maria chegou triunfante a Londres e Joana foi obrigada a renunciar. Assim a sucessora de facto (ou na prática) foi Maria I de Inglaterra mas a de de jure (ou de lei, de direito ou na teoria) foi Joana Grey.

domingo, 10 de abril de 2011

Henrique suas outras esposas e sua morte.

Antes de voltar a história de Isabel acho que teremos que falar das outras esposas de seu pai. 
Um dia depois da execução de Ana em 1536, Henrique ficou noivo de Joana Seymour, uma das damas de companhia da rainha, a quem o rei tinha mostrado favor desde algum tempo. O casamento ocorreu 10 dias depois.

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Era formal e séria e não tinha amizades masculinas, o que depois do escândalo ocorrido era sobretudo um ato de bom senso. A vida social da Rainha de Inglaterra reduziu-se e foram proibidas todas as manifestações de exagero nas roupas e nos modos de conduta. . Joana não interferiu diretamente na vida política, mas ela ajudou seus dois irmãos  Eduardo e Tomás Seymour a chegar a esse circulo de reis e rainhas. O rei era absolutamente fascinado por ela e concedia-lhe todos os desejos, inclusive a satisfação dos apetites exóticos resultantes da gravidez. Quando Joana morreu dando finalmente para o Henrique o filho homem que ele tanto queria, ele ficou em luto por três. O que já era muito para ele.Henrique considerou Joana como sendo a sua "verdadeira" esposa, por ter sido a única que lhe deu o herdeiro varão que tão desesperadamente desejava. 

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Eduardo nasceu no Palácio de Hampton Court, em Londres. Filho de Henrique VIII e sua terceira esposa, Jane Seymour. Doze dias após o parto sua mãe morreu de febre puerperal. Como primogênito do rei, Eduardo foi automaticamente nomeado Duque da Cornualha e como herdeiro ao trono foi também nomeado comoPríncipe de Gales.Teorias dizem que Eduardo sofria de sífilis congênita, transmitida pelo seu pai. Devido à sua suposta fragilidade e à probabilidade de perder o herdeiro, Henrique VIII casa-se rapidamente de novo depois da morte da mãe de Eduardo.


Henrique desejou casar-se novamente. Thomas Cromwell,


 agora Conde de Essex, sugeriu o nome de Ana de Cleves,

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 irmã do Duque de Cleves, que tinha sido um importante aliado no caso do ataque da Igreja Católica à Inglaterra. O pintor Hans Holbein foi mandado ao Ducado de Cleves para fazer um retrato de Ana para o Rei. Depois de ver o retrato de Ana e receber descrições complementares a respeito da mesma, Henrique decidiu se casar com Ana. Quando Ana chegou a Inglaterra, Henrique achou-a pouco atraente, porém se casou com ela em 6 de janeiro de 1540. 
Henrique decidiu terminar o casamento, não somente por causa de seus sentimentos mas também por considerações políticas. O Duque de Cleves tinha entrado numa disputa com o Sacro Império Romano, com o qual Henrique não queria entrar em disputa. A nova rainha, Ana, foi inteligente o bastante para não deixar Henrique pedir a anulação do casamento e alegou que o mesmo não havia sido consumado. O casamento portanto foi anulado.

Ana decidiu ficar em Inglaterra e foi generosamente recompensada pelo incómodo do divórcio. Henrique VIII conferiu-lhe uma pensão, o usufruto do Castelo de Hever e os títulos de Princesa de Inglaterra e Irmã do Rei. No fim da vida, Ana converteu-se ao Catolicismo e tornou-se confidente das enteadas Maria e Isabel.




E Catarina cresceu na casa de sua avó, a Duquesa de Norfolk, que não lhe deu a atenção necessária, permitindo que ela desenvolvesse algumas relações amorosas. Em 1539, Catarina tornou-se aia de Ana de Cleves, futura rainha consorte de Henrique VIII. O rei, no entanto, encantou-se por ela e não pela mulher, o que precipitou o divórcio. A 28 de Julho de 1540 celebrou-se o casamento e Catarina tornou-se rainha de Inglaterra.

Apesar da paixão que o rei lhe tinha e dos presentes luxuosos com que a cobria, Catarina não encontrou felicidade no casamento e tomou como favorito Thomas Culpepper, um cortesão. verdadeira natureza desta relação continua por ser esclarecida, mas o certo é que ambos trocaram correspondência considerada incriminatória. Enquanto rainha, Catarina chamou à corte alguns dos seus antigos amigos, nomeadamente Francisco Dereham, que tinha alegadamente sido seu amante em Norfolk e que se tornou no seu secretário particular.  As companhias da rainha e o seu passado começaram a levantar suspeitas em 1541. De início, Henrique VIII recusou-se a acreditar nas evidências, mas quando as cartas de Culpeper e Catarina apareceram mandou colocá-la sob prisão na Abadia de Middlesex. Catarina perdeu o título de rainha e foi repudiada. Em Dezembro, Culpeper e Dereham foram executados. Em Janeiro de 1542, Catarina começou a ser julgada por adultério, o que numa rainha era equivalente a traição. Considerada culpada, Catarina foi executada na Torre de Londres a 13 de Fevereiro de 1542. Diz-se que passou os últimos dias a ensaiar a sua execução.

Em 1541, Catarina foi acusada de adultério e posta sob prisão domiciliar no Palácio de Hampton Court. Segundo dizem, ela conseguiu escapar dos guardas e correu pela galeria para implorar perdão e misericórdia a seu esposo. Ela esmurrou as portas da capela, gritando o nome de Henrique, até que os guardas a capturaram e leveram-na de volta para seus aposentos. Posteriormente, ela foi executada na Torre de Londres. De acordo com uma lenda popular, o fantasma de Catarina agora assombra a galeria por onde tentara fugir e muitos afirmam tê-la ouvido chamar por Henrique.

Os historiadores da dinastia Tudor continuam a debater se Catarina foi ou não culpada de adultério, ou se foi incriminada pelos inimigos da sua família. Todos concordam que de qualquer forma, Catarina foi uma mulher fútil. 

Por ultimo finalmente veio Catarina Parr que estava de casamento marcado com Tomás Seymour, 


Mas teve que aceitar o casamento com Henrique. Ela e Henrique tiveram um casamento cheio de discussões sobre religião, ela era radical e Henrique conservador. Embora isso desagradasse ao Rei, ela sempre se salvou mostrando-se submissa.  Ela ajudou a reconciliação de Henrique com suas duas filhas, Lady Maria e Lady Isabel. Em 1544, uma lei do Parlamento colocou-as de volta na linha de sucessão ao trono inglês após o príncipe Eduardo, embora elas continuassem ilegítimas.


Nos últimos anos da sua vida, Henrique tornou-se grosseiramente obeso (com uma medida de cintura de 137 centímetros) e teve que ser transferido com a colaboração das invenções mecânicas. Ele tinha muitas dores, suportando furúnculos e possivelmente sofria de gota. A sua obesidade data de um acidente de justa em 1536 em que ele sofreu um ferimento na perna. Isso impediu-o de praticar desporto e tornou-se gradualmente ulcerada. E, sem dúvida, acelerou a sua morte, aos 55 anos de idade, ocorrida em 28 de janeiro de 1547, no Palácio de Whitehall, o que teria sido o 90.º aniversário do seu pai. Ele morreu após alegadamente proferir estas últimas palavras: "Monges! Monges! Monges!"
A teoria de que Henrique sofreu de sífilis foi promovida, cerca de 100 anos após a sua morte, mas foi ignorada pela maioria dos historiadores sérios. A sífilis é uma doença bem conhecida no tempo de Henrique, e apesar do seu contemporâneo, Francisco I da França tê-la tido, as notas deixadas pelos médicos de Henrique não indicam que o rei tinha essa doença. Uma teoria mais recente e credível sugere que os sintomas médicos de Henrique, e os de sua irmã mais velha Margarida Tudor, também são característicos dadiabetes tipo II.